O texto conseguiu chagar à semifinal, mas, devido à limitação de tempo que tivemos como obstáculo, infelizmente, não consegeguimos chegar à final. Mas valeu a experiência.
SOS Açude Velho
Mª Helena de Macedo
Campina Grande, a segunda maior cidade da Paraíba,com uma população de quase 400 mil habitantes, é considerada como um dos principais polos tecnológicos da America Latina, segunda a revista Newsweek de abril de 2001, e ainda recebe o título de Cidade Universitária, considerada , proporcionalmente, a cidade com o maior número de instituições de ensino superior do Brasil (16 atualmente), acomodando estudantes de todas as parte do país e do mundo.
Mas é na área cultural em que a cidade se destaca nacionalmente, com a realização da maior festa popular do Brasil, que dura todo mês de junho, conhecida como “ O Maior São João do Mundo”, atraindo turistas de todo o território nacional.
Entretanto, todo este perfil de grandiosidade de nossa cidade convive com um problema ambiental que vem se arrastando há décadas, escondido sob as águas daquele que é seu principal cartão posta – o Açude Velho – um lago situado em pleno centro da cidade com 2.453 m2 de área, suportando sob seu espelho d´água o esgoto de várias partes da cidade.
Esse processo de poluição começou por volta de 1830, quando o açude passou a ser usado como depósito de todos os dejetos, como fezes, lixos e lamas de chiqueiros, canalizados pelas redes de esgotos que começavam a ser construídas. Com isso, devido a precariedade das estruturas sanitárias que acompanhavam a expansão da cidade, surgem epidemias, como a de cólera-morbus , que mata 1.547 pessoas dos 17 mil habitantes de 1857 a 1864.
Naquela época, os surtos de cólera, febre amarela e varíola fizeram com que a água do Açude Velho fosse considerada imprópria para o consumo. Mas, mesmo assim, o esgota da cidade continuou sendo despejado ali de forma inconsciente – situação que perdura até hoje.
Mas,mesmo colocado à margem pelas políticas públicas ambientais; em breve , será inaugurado sobre seu espelho d´água um imponente museu de arte popular –“Museu dos Três Pandeiros” - cujo projeto arquitetônico é assinado por Oscar Niemayer, uma obra de arte que abrigará arte e cultura, contrastando com a poluição que suas águas escondem, fruto do desenvolvimento e da falta de compromisso do homem com a natureza.
Hoje, em pleno século XXI, nosso Açude Velho não deve ser percebido apenas pela beleza dos reflexos de suas águas, mas pelos danos ambientais de que tem sido vítima, causados pela ação humana. Para nosso lago, mais importante que a construção de um museu , por bonito que seja, é a sua necessária revitalização e despoluição, uma questão de sobrevivência e bem-estar , pois, segundo geólogos, o Açude Velho secando, ocorreria uma elevação da temperatura em certas áreas da cidade, o que nos causaria muito desconforto.
Portanto, o processo de revitalização do nosso maior cartão postal é mais prioritário do que qualquer projeto arquitetônico ali acrescentado. Mais urgente do que a revitalização das calçadas em seu entorno, o que atualmente está se fazendo. De acordo com geólogos, a despoluição das águas do Açude Velho é urgente, e deve começar pelo imediato desvio de todo sistema de esgoto ali conectado, levando em média de cinco a dez anos, o que requererá parcerias com instituições privadas, governos municipal, estadual e federal e com a colaboração de todos nós, cidadãos campinenses. SOS AÇUDE VELHO!
Tópico: SOS Açude Velho
Avaliação
Data: 11/02/2013 | De: Gilberto